terça-feira, 25 de março de 2008

TECNOLOGIA NA EDUCAÇÃO: QUAL A LÓGICA?

Tecnologias na Educação: qual a lógica?
Professor Nelson Pretto defende uma lógica menos industrial na Educação e, neste contexto, sugere novas formas de se relacionar com as tecnologias


Jaciara de Sá Carvalho

Há quem pense que as tecnologias estão chegando para nos aprisionar: tem de usar Internet nas aulas, tem de aproveitar o software que a escola comprou, tem... Mas as Novas Tecnologias de Informação e Comunicação (NTICs) “não são meros artefatos que a gente vai colocar para ficar moderninho”. Precisamos percebê-las enquanto Cultura e com um olhar político. Esse é o convite que Nelson Pretto faz a todos os educadores que querem contribuir para melhorar os índices educacionais do País. O professor da Faculdade de Educação da Universidade Federal da Bahia (Faced/UFBA) participou, no último dia 13 de março, do "1º Congresso Nacional Cidade Escola de São Bernardo do Campo" (SP), e falou para cerca de seis mil educadores sobre “O papel das novas mídias na Educação: professor e aluno como autores”. Após o evento, Pretto concedeu uma entrevista (ao lado) ao EducaRede na qual defende uma lógica menos industrial na Educação, tanto nas políticas públicas quanto nas práticas dos educadores e, neste contexto, sugere novas formas de se relacionar com as tecnologias.
No Congresso, Pretto lembrou que a cada dia cresce o número de escolas que propagandeiam a compra de equipamentos e recursos tecnológicos. “Mas no fundo tem a mesma lógica de transmissão de conhecimento e, ainda, jogando de lado os professores”. Ou seja, o conhecimento acaba sendo produzido e distribuído de forma centralizada, e os professores tornam-se “meninos de recado das empresas de Educação”. Por isso, é preciso que eles percebam as NTICs enquanto Cultura, e isso "exige uma outra percepção de Educação que corresponda à articulação entre Cultura, Educação, Ciência, Tecnologia, Saúde... Enfim, um afastamento radical da lógica de que a escola é produção industrial”, diz, criticando iniciativas que estimulariam a competitividade, como bônus para professores. No lugar da competitividade, a produção colaborativa, as trocas, a criação, a escola não como um espaço de reprodução de saberes, numa lógica em que todos têm de sair iguais. Daí a importância da adoção de softwares livres, “não porque vamos entrar no código–fonte, mas por sua idéia de produção colaborativa”.
Resumindo: “Ou nós concentramos os nossos processos educacionais, as políticas educacionais, numa perspectiva de tecnologias livre, horizontal, de colaboração, ou vamos continuar tendo esses índices lamentáveis que temos por aí”. A íntegra da palestra você ouve no áudio abaixo (também pode salvar no seu computador).

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