sábado, 21 de novembro de 2009

PLURALIDADE CULTURAL - O valor da diferença

Diferenças fazem parte da raça humana

Foto Carol Quintanilha
Instituto Sou da Paz

O Assunto é...
Pluralidade cultural

Discutir o tema significa colocar em destaque uma questão: por que nós, humanos, embora sejamos espécie única, desenvolvemos modos de vida tão diferentes e conflitantes? Confira textos teóricos, propostas didáticas e sugestões de atividades sobre o tema.

Questão para início de conversa
As diferenças culturais
Diferenças sociais, econômicas e políticas
Troca e preconceito
Crescimento econômico e desenvolvimento humano
Tolerância e convívio da pluralidade cultural
Para outras conversas


Estas são as questões que você encontrará clicando no link abaixo:



http://http//www.educarede.org.br/educa/index.cfm?pg=oassuntoe.interna&id_tema=10&id_subtema=1#maquina1

Semana da Consciência Negra






Turbine sua Aula
Enriqueça suas aulas sobre escravidão e cultura afro com o livro "Do outro lado tem segredos", de Ana Maria Machado.

Um estudo da cultura negra


Disciplina: História
Ciclo: Ensino Fundamental - 5ª a 9ª
Assunto: Cultura negra e escravidão
Tipo: Texto

As aulas sobre escravidão e cultura afro no Brasil podem ser enriquecidas com a inclusão do livro “Do Outro Lado Tem Segredos”, de Ana Maria Machado. Trata-se das descobertas de um garoto, o Bino, em uma comunidade de pescadores

O que está em jogo nessa história é a identidade negra de Bino, elaborada no convívio com a comunidade, perguntando, escutando, querendo saber mais. Isso acontece tanto durante os trabalhos de sobrevivência da comunidade quanto em suas festas tradicionais, como a congada. Olhando para o mar, Bino busca o "outro lado" e essa busca aponta para a descoberta de Angola, do Congo, da África, enfim, de onde vieram os escravos, os seus antepassados.

O mapa-múndi trazido por um irmão ajuda Bino a compreender esse outro lado do mar e da vida, em uma exploração delicada e emocionante do mundo e de si mesmo. É um tema ideal para adolescentes.

O planejamento do trabalho com o livro pode incluir várias experiências de leitura do texto: oral, pelo professor e pelos alunos, alternados com momentos de leitura silenciosa. É interessante estabelecer muitas rodadas de conversas, para a troca de opiniões sobre as emoções e os sentimentos vividos durante a leitura.

Depois, um levantamento de questões a serem aprofundadas e discutidas: o continente africano nos séculos XV e XVI, as razões da escravização, o trabalho escravo no Brasil, as resistências – os quilombos, Zumbi – e a cultura negra, elaborada a partir do que foi trazido da África e experimentado no cotidiano da escravidão.

Referência:
MACHADO, Ana Maria. Do Outro Lado Tem Segredos. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1985.

Texto original: Ronilde Rocha Machado
Edição: Equipe EducaRede

Fonte:http://www.educarede.org.br/educa/index.cfm?pg=ensinar_e_aprender.turbine_principal

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Uso Pedagógico do Blog

Quando conheci esta ferramenta pedagógica maravilhosa, que é o blog, fiquei encantada com as várias possibilidades de utilização. Por esse motivo, sempre que encontro algo sobre o assunto, sinto vontade de dividir com meus colegas professores. Portanto, deixo aqui um texto muito interessante. Aproveitem! O texto nos dá várias dicas.
Um abraço!
Sibele Maria


Uso pedagógico do blog – o Edublog

José Carlos Antonio*
Cinco anos atrás eu escrevi um artigo intitulado Blogs, Flogs e a inclusão websocial. Na época, o foco do artigo consistia em mostrar que estava nascendo uma forma de inclusão social na Web, a que eu chamei de "inclusão websocial", em que usuários sem conhecimentos da linguagem HTML e de outras linguagens de criação de páginas para a Web podiam começar a criar seus sites e, assim, conquistar seu espaço de autoria na Web por meio dos blogs, dos flogs e de outras ferramentas que então estavam despontando na rede (inclusive o Orkut).

Naquela época, os blogs eram vistos por muitos professores como "coisa de adolescente", pois os blogs nasceram com a inspiração de serem "diários digitais" e, além disso, a maioria dos blogs brasileiros tinha de fato esse formato, pois eram blogs criados por adolescentes e que tinham como público alvo outros adolescentes.

O fato é que os adolescentes saíram na frente e criaram seus blogs, tornam-se autores e ocuparam seu espaço na Web, enquanto os professores, em sua maioria, ainda discutiam se valia ou não a pena usar novas tecnologias na educação.

O tempo passou. Cinco anos, na história da Web, é um tempo imenso! De 2004 para cá, os blogs brasileiros caíram também no gosto de muitos "adultos". Jornalistas, profissionais liberais, donas de casa e (vejam só!) até mesmo professores começaram a ocupar cada vez mais a blogosfera

Hoje em dia eu creio que seja bobagem discutir a utilidade das TIC na educação, ou explicar o que é um blog, mas talvez ainda seja tempo de falar um pouco sobre o uso pedagógico dos blogs, principalmente tendo em vista que a cada dia mais e mais professores ingressam nesse incrível mundo da publicação e da autoria.

Apesar de sua origem com formato e pretensão de diário", o blog é, na verdade, um site. Ter um blog ou ter um site é a mesma coisa se o objetivo for possuir um endereço na Internet onde se possam publicar materiais diversos. A única diferença é que um site, no sentido original do termo, é um espaço que requer a criação não apenas de conteúdo, mas também de layouts, programações em HTML, CSS, javascript, PHP, SQL e outras linguagens usadas na Internet.

O blog, no entanto, oferece toda essa programação, o layout, as ferramentas de divulgação e até mesmo seu endereço na Web prontos, de forma que aos seus donos cabe apenas prover o conteúdo. E é aí que está o "X" da questão!

Para que um blog sobreviva na blogosfera e cumpra seu papel como espaço de publicação e autoria, ele precisa ter pelo menos quatro requisitos básicos:

1. Possuir um objetivo claro

2. Visar a um público específico

3. Possuir conteúdo útil para o público visado

4. Ser atualizado frequentemente


Em outras palavras, criar um blog é fácil; criar um blog útil é um pouco mais difícil. Criar um blog útil e mantê-lo útil ao longo do tempo é ainda mais difícil e trabalhoso, mas é muito compensador se o objetivo que você escolheu estiver sendo atingido ao longo da vida do seu blog.

Os blogs são ferramentas Web 2.0 disponíveis gratuitamente na rede e oferecidas por muitas empresas. Para criar seu blog você pode usar qualquer uma dessas empresas. O processo de criação dura cerca de cinco minutos e requer apenas uma meia dúzia de cliques no mouse. Veja no final do artigo alguns links de empresas que oferecem blogs e hospedagem gratuita para eles.

Alguns exemplos de uso pedagógico para blogs são listados abaixo e não esgotam nem de longe as possibilidades, mas podem ajudar os iniciantes a descobrirem alguma utilidade para o seu blog:

Blog de conteúdo curricular
: muitos professores usam seus blogs para publicar os conteúdos curriculares de suas aulas e assim permitirem que seus alunos os consultem pela Internet. Com isso, os alunos podem acessar textos, filmes, músicas, simulações, animações e outros materiais usados em classe ou sugeridos como materiais extras;

Blog de apoio às atividades de classe: os blogs podem servir como meios auxiliares para propor tarefas ou para receber tarefas. Por exemplo, você pode publicar uma poesia e pedir aos seus alunos que comentem a poesia, como faria em sala de aula com textos impressos. A única diferença é que esses comentários ficam publicados no seu blog;

Blog de registro de projeto: você pode usar blogs para registrar o andamento de um projeto. Além de você, os alunos que participam do projeto também podem escrever no blog (ou por meio de comentários ou diretamente, publicando textos eles mesmos, sob sua supervisão). Imagine, por exemplo, que sua escola participe de um projeto de reciclagem. Todas as atividades do projeto, desde as reuniões iniciais até o os resultados finais, podem ser documentadas de forma bem rica (com imagens, textos, filmes, depoimentos gravados, etc.) no blog;

Blog institucional da escola: uma escola pode (e realmente deve) possuir um site ou um blog (que é bem mais simples de criar e manter do que um site) onde publique notícias, eventos, avisos, comunicados, horários, dados dos professores e da escola etc., a fim de facilitar sua comunicação com a comunidade. Muitas escolas já possuem blogs e os utilizam como uma forma de prestar contas à comunidade e de informar melhor suas ações;

Blog de uma disciplina: como a atualização de um blog requer que seu autor (ou autores) publique novas matérias regularmente, em algumas escolas os professores de uma dada disciplina se unem e mantêm um blog para a disciplina toda. Nesse blog se podem publicar dicas para os alunos, materiais extras, datas de provas, provas resolvidas, listas de exercícios etc., e os alunos podem compartilhar materiais de diversos professores sobre um mesmo assunto.

É claro que um único blog pode servir para várias dessas finalidades (e outras ainda), mas tenha em mente que quanto mais "confuso e desfocado" for o seu blog, mais dificilmente ele será útil ou despertará a atenção do seu público alvo.

Professores que possuem blogs afirmam que isso facilita seu trabalho, pois com o blog eles podem:

• fornecer e armazenar materiais de consulta para os alunos;

• criar atividades que os alunos possam acessar de suas casas e entregar via Internet;

• criar bibliotecas de atividades e materiais que ficam disponíveis de um ano para outro, poupando espaço e recursos;

• divulgar o seu trabalho e torná-lo transparente para os pais dos alunos e para a comunidade toda;

• interagir com outros professores de sua área e trocar informações, links, materiais, atividades etc.;

• melhorar seu relacionamento com os alunos e fornecer a eles maior possibilidade de acesso ao professor.



Uma dica final, e bastante interessante, é criar um blog para a escola e colocar nele os links para os blogs dos professores e alunos da escola, criando assim uma forma simplifica de comunidade virtual e explorando com isso diversas novas possibilidades de interação e participação colaborativa.


* Autor do blog Professor Digital, de onde foi retirado este artigo, e formador do Aula Fundação Telefônica: EducaRede e Pró-Menino, projeto que beneficia escolas públicas paulistas com doação de laptops, acesso à Internet e formação presencial e a distância para professores.


Fonte:http://www.educarede.org.br/educa/index.cfm?pg=internet_e_cia.informatica_principal&id_inf_escola=817

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Clubinho Faber-Castell



O projeto CLUBINHO FABER CASTELL foi idealizado e desenvolvido de maneira a integrar através da arte e da tecnologia, crianças, pais e professores.

Com linguagem visual lúdica, oferece atividades transdisciplinares que podem ser realizadas pelas crianças em casa sob a tutoria dos pais ou na escola sob a tutoria dos professores, abordando temas transversais como ecologia, sustentabilidade, cidadania e reciclagem de materiais.

Todas as atividades realizadas podem ser digitalizadas e publicadas no portal do Clubinho, ficando disponíveis para visualização dos pais e dos próprios autores, desde que conectados à Internet.

O Clubinho também oferece materiais didáticos e paradidáticos para professores e pais, dicas de exposições, brincadeiras e jogos online para as crianças. Acesse e confira!

O Clubinho Faber-Castell foi ao ar em 31/10/08 e já conta com 1739 usuários cadastrados e mais 4691 atividades enviadas pelos usuários.




Fonte: http://futuro.usp.br/portal/Pesquisa/Projetos.view.ef?id=31

Endereço: http://www.clubinhofaber.futuro.usp.br/

Dica encontrada em: http://webparaeducadores.blogspot.com

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

O que eu quero ser?



Se a dúvida na hora de escolher um curso para prestar vestibular ainda é grande, o melhor é conhecer um pouco mais sobre as carreiras disponíveis antes de optar por uma. Pensando nisso, o EducaRede criou um espaço no qual um profissional esclarece dúvidas sobre uma determinada carreira.


Você pode sugerir alguma profissão para futuras entrevistas.Mande sua mensagem pelo Fale com o EducaRede indicando o assunto. Hoje a profissão é professor


Você que pretende ser professor, leia a entrevista abaixo, vale a pena!






Quero ser PROFESSOR

A entrevista abaixo é com o Professor de Física José Carlos Antônio.

Segundo o Ministério da Educação, os professores da rede pública da educação básica em todo o Brasil tiveram aumento real (já descontada a inflação) de 18% entre os anos de 2003 e 2008. No entanto, a profissão ainda segue desvalorizada salarialmente, uma vez que profissionais com mesma escolaridade em outras ocupações recebem mais do que os docentes.

Na semana em que se comemora o Dia do Professor, o EducaRede convidou José Carlos Antonio, educador há 27 anos, para falar aos estudantes que desejam seguir carreira, sobre as delícias e as agruras da profissão. "É possível e necessário transformar pessoas, formar bons cidadãos e mudar a sociedade como um todo. Tenho me empenhado nessa transformação a cada novo dia", diz José Carlos, que é formado em Física, professor efetivo do Ensino Médio da rede pública paulista e formador do EducaRede.
O profissional falou também sobre a formação do professor, mercado de trabalho, salário, a rotina de um docente e a importância das novas tecnologias para a educação. Confira a entrevista:



EducaRede – Qual é o perfil de um jovem que deseja ser professor de educação básica? É preciso ter vocação para ser professor?

José Carlos Antonio – Como em qualquer profissão, “ter vocação” significa querer muito e estar disposto a enfrentar os desafios e exigências da profissão. Ninguém nasce com dom para coisa alguma e é isso que nos garante o livre arbítrio de poder ser o que quisermos; mas só querer não é poder, é preciso muita dedicação, muito estudo e muita determinação. Ser professor é uma responsabilidade muito grande, pois o professor educa pessoas e se torna co-responsável pelos futuros papéis que elas vão desempenhar no mundo. Para vir a ser um bom professor, é preciso ser inteligente, comunicativo, criativo e dinâmico, pois será necessário estudar a vida toda e gostar disso, aprender a lidar com crianças, adolescentes e adultos e, acima de tudo, ter espírito inovador e gostar de enfrentar desafios.



EducaRede – Como é a formação inicial de um professor? O que ele aprende em uma faculdade de educação?



José Carlos Antonio- A formação depende do tipo de professor que ele será, ou seja, do público para o qual vai dedicar seu trabalho. Professores que lidam com crianças em idade pré-escolar e nas séries iniciais têm uma formação diferente dos que lidam com crianças maiores e adolescentes. Para a pré-escola e séries iniciais, é preciso cursar Pedagogia e alguma especialização (há várias modalidades), embora ainda existam cursos de nível médio para a formação de professores para as séries iniciais. Já para os terceiro e quarto ciclos do Ensino Fundamental (5a a 8a séries/6o a 9o anos) e para o Ensino Médio, é necessário ter uma formação específica na disciplina que o professor escolher (Matemática, Letras, Química, Física etc.) em um curso específico para professores (Licenciatura). Evidentemente, dada a escassez de professores para algumas disciplinas (Química e Física, principalmente) ou em algumas regiões com poucos centros formadores de professores, temos ainda muitos profissionais com formação inadequada, incompleta ou insuficiente que, no entanto, estão lecionando. E é bom lembrar que, ao invés de culparmos esses professores por sua formação precária, devemos agradecê-los, apoiá-los e ajudá-los a completarem sua formação, pois não fossem eles não haveria professor algum ensinando para essas turmas.




EducaRede – É importante o professor estar sempre se aperfeiçoando? Como?



José Carlos Antonio – É fundamental que qualquer profissional se aperfeiçoe durante sua vida toda e, no caso do magistério, isso é uma exigência inata da profissão, pois o mundo muda, e muda rápido, e a escola educa para o mundo, e não para si mesma. Assim, é fundamental que a escola e seus professores estejam em constante mudança e aperfeiçoamento. Isso é uma necessidade, não é uma opção. No magistério público há quase sempre algum programa de aperfeiçoamento ocorrendo, muito embora nem sempre esses programas sejam suficientemente “inteligentes” para permitirem que a maioria dos professores possa usufruir deles. Mas tanto na rede pública quanto na particular, os professores devem encarar o seu aperfeiçoamento como um investimento em sua própria carreira; um investimento que traz como retorno um professor melhor a cada dia, ainda que seu salário nem sempre melhore proporcionalmente. Na verdade, o professor não tem que ser bom porque assim merecerá melhores salários, ele tem que ser bom porque seus alunos precisam de bons professores.


EducaRede – Como é o mercado de trabalho para o professor de educação básica e como ingressar na docência?



José Carlos Antonio – O mercado de trabalho para o professor de educação básica é amplo, estável e sempre promissor, pois educação é uma necessidade permanente e a cada dia que passa torna-se mais prioritária. Não há desenvolvimento, igualdade e paz social, segurança e padrões razoáveis de qualidade de vida em países onde a educação não tenha sido priorizada. Os países desenvolvidos não o são por decreto próprio ou por herança histórica, o são porque em dado momento passaram a priorizar a educação como meio eficaz de desenvolvimento. O Brasil tende a ingressar no grupo dos países desenvolvidos e já começa a perceber que só conseguirá esse ingresso quando investir pesadamente em educação. Todo esse cenário é bastante promissor para a carreira do magistério em geral e, em particular, para o professor do ensino básico. Há muitas formas de ingressar na docência. A mais comum consiste em fazer um curso de licenciatura ou outro que o capacite a trabalhar com o tipo de público para o qual pretende se dedicar. Hoje em dia já é um consenso estabelecido que os professores devam buscar também especializações e pós-graduações.


EducaRede – Quanto ganha em média um professor de educação básica?



José Carlos Antonio – Depende do professor, de sua formação, sua competência, da localização geográfica onde trabalha e do tipo de escola (pública ou particular) onde leciona. Portanto, não há um único salário, mas sim um leque imenso de possibilidades. Os salários variam desde valores irrisórios e ilegais (abaixo do valor do salário mínimo) até números bastante significativos e da ordem de 10 a 20 salários mínimos mensais. Evidentemente que entre os dois extremos existe uma grande massa de professores que vivem com salários intermediários e baixos em relação à importância estratégica de seu trabalho. Na média, considerando o país todo e os valores correspondentes aos salários de início de carreira, o valor recebido por 40 horas semanais gira em torno de R$ 1.500,00 (cerca de 3,2 salários mínimos


EducaRede – Como é o dia-a-dia de um professor? Quais as principais características da profissão?



José Carlos Antonio – Para alguns o dia-a-dia é cansativo e estressante, para outros é divertido. Isso depende muito do perfil do professor e do perfil da escola onde ele trabalha. Professores mais bem preparados e escolas mais bem geridas e cuidadas costumam resultar em um dia-a-dia tranquilo. Já no outro extremo temos um estresse às vezes insuportável. O trabalho do professor não ocorre apenas dentro da sala de aula. Na verdade ocorre, em grande parte fora dela, na preparação das aulas e atividades que serão vivenciadas com os alunos. Há também uma parte burocrática do trabalho que é feita fora da sala de aula (corrigir provas, tarefas, trabalhos etc.) e é preciso dedicar um tempo razoável ao aperfeiçoamento constante.


EducaRede – Você mantém um blog chamado Professor Digital, no qual discute e reflete sobre o papel do professor nesse contexto das novas tecnologias. Quais são as principais mudanças que as tecnologias trouxeram para a docência?



José Carlos Antonio – As tecnologias digitais em geral, e os computadores e a Internet em especial, trouxeram para o professor ferramentas que potencializam e facilitam seu trabalho. Ensinar usando os computadores e a Internet é muito mais fácil e divertido do que fazê-lo apenas com giz e lousa. Eu, particularmente, uso os computadores e a Internet porque sem eles meu trabalho seria mais cansativo, menos produtivo e, principalmente, mais chato para mim e para meus alunos. O uso das Tecnologias de Comunicação e Informação (TIC) é relativamente recente, tem cerca de duas décadas apenas, e só começou a se disseminar para valer nos últimos anos, mas já permite que se conclua que é um instrumento facilitador para o professor e para o aluno. É claro que computadores não geram bons professores, mas bons professores podem ser ainda melhores se usarem bem os computadores.


EducaRede – Quais as dificuldades e as vantagens (prós e contras) em ser professor atualmente no Brasil?




José Carlos Antonio – Acho que uma grande dificuldade que os professores enfrentam atualmente, e que os coloca em desvantagem, diz respeito a sua própria auto-estima. De tanto ouvir dizer que a Educação vai mal, que a escola é ruim e que os professores são os culpados, muitos passaram a acreditar nisso e se sentem impotentes, incapazes e debilitados. Isso é o que chamamos de “profecia autorrealizável”, ou seja, acaba-se acreditando na mentira e tornando-a uma verdade. Eu conheci milhares de professores e vi todos os tipos diante de mim. Para alguns, a profissão é excelente, embora sempre queiram mais e melhores condições de vida e trabalho. Para outros, a profissão é péssima e eles sentem que só vai piorar, porque nada podem fazer senão lamentar. Portanto, os prós e contras estão muito mais desenhados nas lentes de quem vê do que na realidade que está diante dessas lentes. É possível e necessário transformar pessoas, formar bons cidadãos e mudar a sociedade como um todo, mas isso passa muitas vezes por uma transformação pessoal anterior, pois é difícil mudar o mundo se não somos capazes de mudar nem a nós mesmos. Eu vejo possibilidades onde alguns vêem problemas. Tenho me empenhado nessa transformação a cada novo dia. Nem sempre obtenho o sucesso que gostaria, mas posso dormir sossegado toda noite, pois penso que sei qual é meu papel e tento realizá-lo todos os dias, em todas as aulas, com todos os alunos.


Perfil do convidado:
Nome: José Carlos Antonio
Idade: 44 anos
Formação: Física pela UNESP (Universidade Estadual Paulista)Cargo(s) e trabalho(s) que exerce atualmente: Professor efetivo de Ensino Médio da rede pública paulista; consultor de EAD e uso pedagógico das TIC, formador do CENPEC/EducaRede.


Fontehttp://www.educarede.org.br/educa/index.cfm?pg=revista_educarede.especiais&id_especial=475

domingo, 4 de outubro de 2009

ENEM


Após o acontecido com as provas do ENEM 2009, o MEC cancelou e disponibilizou as provas que seriam aplicadas.

Confiram:

Prova ENEM 1° dia http://rafaelnink.com/blog/wp-content/uploads/2009/10/prova_enem_1dia.pdf

Prova ENEM 2°dia http://rafaelnink.com/blog/wp-content/uploads/2009/10/prova_enem_2dia.pdf

Gabarito ENEM 2009 http://rafaelnink.com/blog/wp-content/uploads/2009/10/gabarito_enem.pdf


sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Linha do Tempo: Expansão do Homem pela Terra


Veja como a raça humana se espalhou por toda Terra.
Excelente animação para trabalhar nas aulas de História.
Acessem o link abaixo e confira. Vale a pena!

Atenção Professores! Curso gratuito!

Curso INFO de OpenOffice



A editora Abril liberou o curso da revista Info sobre o BrOffice.org para ser acessado gratuitamente através de sua página.


O curso está baseado na versão 2.0.

Clique no link abaixo e comece a fazer.
Bom curso para todos!

Acesse: http://info.abril.com.br/dicas/cursos/openoffice/curso.html

terça-feira, 15 de setembro de 2009

YouTube para crianças

O youtube é e ninguém questiona a maior fonte de vídeos na internet, mas assim como há vídeos bons, existe também conteúdos impróprios para os baixinhos. Uma alternativa para isto, é o site Kideos que reúne centenas de vídeos selecionados para as crianças. O material é classificado por faixa de idade e também por produtores.

Acessem:http://kideos.com/

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Site: Conteúdos Educacionais "Vale a pena conferir!"

A microsoft desde 2003 vem firmando parcerias para levar mais tecnologias a sala de aula, com objetivo de apoiar a educação com práticas inovadoras nas quais a tecnologia propicia avanço tanto nos processos de ensino-aprendizagem quanto na gestão escolar.

Para disponibilizar os frutos destas parcerias a Microsoft lança o portal Conteúdos Educacionais – www.conteudoseducacionais.com.br. Todos os conteúdos dos Programas Educacionais Microsoft (apostilas, livretos, vídeos, sites, cursos e produtos voltados à educação) estão reunidos lá, e o melhor todos eles são disponibilizados gratuitamente, bastando apenas se cadastrar para fazer download.

Esses materiais estão distribuídos por áreas de interesse:

Escolas Inovadoras: Alfabetização Digital; Comunidade Conectada; Programa Escolas de Tecnologia Inovadora; Programa Escolas Inovadoras – Lumiar; Segurança na Web; Programa Escola Digital

Educadores Inovadores: Alfabetização Digital; Currículo Educacional; Objetos de Aprendizagem; Office Online; Princípios de Aprendizagem; Programa Aprender em Parceria; Programa de Acessibilidade; Programa Desafio Digital; Programa Gestão Escolar e Tecnologias; Segurança na Web; Software Microsoft® Matemática

Alunos Inovadores:Alfabetização Digital; Office Online; Princípios de Aprendizagem; Programa Aluno Monitor; Segurança na WebSegurança na WebAcesse: www.conteudoseducacionais.com.br

Game da Reforma Ortográfica

Olá pessoal!
Sempre gostei de utilizar jogos em minhas aulas, pois acredito que dessa forma estamos proporcionando aos nossos alunos o prazer em aprender. Pensando nisso, deixo aqui um site para que vocês possam conferir. O professor poderá utilizá-lo valendo de sua criatividade.
Vamos lá! Mãos a obra!

O site FMU, em parceria com a Retoque Comunicação e o LivroClip, disponibilizam o Game da Reforma Ortográfica, uma maneira interativa e divertida de aprender mais sobre as novas regras da língua portuguesa
Confira o game e aproveite para conhecer mais sobre as alterações da reforma ortográfica.
Acesse: http://www.fmu.br/site/noticias/ler.asp?n=1413

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Como criar seu TWITTER ?

Todos os dias somos surpreendidos por uma ferramenta nova na internet. Twitter é mais uma delas. Precisamos ficar atentos para conseguirmos acompanhar tanta novidade!
Com os slides abaixo, podemos observar o passo a passo de como criar seu twitter.


Twitter:ferramenta gratuita de comunicação e rede social






Fonte:http://www.educarede.org.br/educa/index.cfm?pg=comunidade_virtual.publicacao&&id_comunidade=0&ID_PUBLICA=6656

quarta-feira, 29 de julho de 2009

ENSINAR COM INTERNET

Telas digitais na escola

As telas servem para nos comunicar, informar, ensinar ou nos divertir. Essas novas tecnologias estão cheias de oportunidades, e ainda que possuam alguns desafios, temos de procurar utilizá-las. As crianças e os adolescentes são muito suscetíveis à imposição de normas, por isso é aconselhável falar de forma favorável e lhes oferecer todos os seus recursos positivos, e não somente mostrar a eles aquilo que não devem fazer.



Material do Projeto Iberoamericano Gerações Interativas apresenta orientações básicas para o professor incluir nas aulas as quatro telas digitais. Confira:
Cinco conselhos para ensinar
Dicas para educar com Internet
Dicas para educar com os celulares
Dicas para educar com os videogames
Dicas para educar com a televisão

domingo, 19 de julho de 2009

GRIPE SUÍNA


Pais e professores podem ajudar a combatê-la
Videoconferência, planos de aula, reportagens especiais, quiz e animação interativa compõem um mosaico de sugestões que o EducaRede selecionou sobre o vírus que está presente nos cinco continentes.
Por José Alves

Em abril de 2009, um novo tipo de vírus da mesma família daquele que transmite a gripe afetava a população mexicana ganhava espaço na mídia e chamava a atenção do mundo. Inicialmente chamada de "gripe suína", sabe-se que ela é causada pelo Influenza A (H1N1), um subtipo viral resultante da recombinação genética do vírus suíno, aviário e humano, com possibilidade de disseminação global.
Hoje, o Influenza A (H1N1) confirma as expectativas de propagação e está presente nos cinco continentes do planeta, com cerca de 100 mil pessoas infectadas no mundo. Como acontece com qualquer novidade, a falta de informação causa preocupação. Nesse caso, há dúvidas em relação ao potencial destrutivo do vírus.
No mês de junho, a OMS (Organização Mundial de Saúde) classificou o Influenza A (H1N1) como a primeira pandemia – epidemia de origem infecciosa que atinge grandes proporções, podendo se espalhar por um ou mais continentes – do século XXI. No século XX, três pandemias assolaram o planeta – gripe espanhola, em 1918; gripe asiática, 1957 e a gripe de Hong Kong, 1968. Mesmo com um alto índice de contaminação, o Influenza A (H1N1) mantém números semelhantes de taxa mundial de letalidade em relação ao da "gripe comum", cerca de 0,45%.
O site da Nova Escola disponibiliza um projeto e um plano de aula sobre o tema. Confira:

Para prestar esclarecimentos sobre o assunto, a Secretaria da Educação de São Paulo convidou a Dra. Telma Carvalhana, do Centro de Vigilância Epidemiológica da Secretaria da Saúde de São
Paulo, para uma vídeoconferência transmitida pela Rede do Saber no último dia 08/07.
Saiba mais, clique no link abaixo:

GERAÇÕES INTERATIVAS

Internet, videogame, celulares e televisão. Veja quatro textos que fornecem subsídios aos pais para a orientação de seus filhos no uso seguro das telas digitais.


Como orientar nossos filhos para o uso seguro das telas digitais? Clique nos links sugeridos abaixo e descubra.




Fonte:http://www.educarede.org.br/educa/index.cfm?pg=revista_educarede.especiais_principal

segunda-feira, 27 de abril de 2009

O MUNDO DO TRABALHO




Clique nos links abaixo e saiba mais:




DIstribuição de renda e crise

Salário, emprego e consumo estão entre os temas que podem ser abordados em sala de aula na semana do 1º de Maio.


O mundo do trabalho: contexto e sentido

"O aumento brutal da produção, o progressivo refinamento dessa produção, levaram a um limite: o mundo superdesenvolvido, que produz apenas para a parte da humanidade que pode consumir..."

Sebastião Salgado, Eric Nepomuceno, Maria Thereza e José Solano Bastos,prefácio do livro Trabalhadores, de Sebastião Salgado

Entre no site indicado aqui e veja propostas de Atividades para o Ensino Fundamental e Médio.


Fonte:http://www.educarede.org.br/educa/index.cfm?pg=oassuntoe.interna&id_tema=17&id_subtema=1

domingo, 8 de março de 2009

Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa: muitos sotaques, uma grafia


Olá Pessoal!
Aqui vocês poderão tirar algumas dúvidas sobre o Acordo Ortográfico.







Desde janeiro de 2009, entrou em vigor o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa. Dúvidas, críticas e elogios compõem um mosaico de impressões sobre o Acordo que acaba de nascer nos oito países que falam Português



Por José Alves

O que cinco países africanos, um asiático, um europeu e um da América do Sul podem ter em comum? Se a resposta for que os habitantes dessas oito nações utilizam-se da Língua Portuguesa para se comunicar, está correta. E é com a intenção de unificar a forma escrita da quinta língua mais falada no mundo, pronunciada por cerca de 230 milhões de pessoas, que os oito países lusófonos (que têm o português como língua oficial) do planeta – Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Timor Leste, Portugal e Brasil – aderiram ao Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, que passou a vigorar desde o dia 1º de janeiro de 2009. Vale ressaltar que as duas normas ortográficas – a usada até então e a prevista no acordo – serão aceitas como corretas nos exames escolares, vestibulares, concursos públicos e demais meios escritos até dezembro de 2012. Segundo a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), a língua será internacionalmente tanto mais importante quanto maior for o seu peso unificado. A CPLP ainda destaca que das quatro grandes línguas (Inglês, Francês, Português e Espanhol), o Português é a única com duas grafias oficiais.

Novos parâmetros para a escrita


Mas o que muda efetivamente a partir do acordo ortográfico? Em primeiro lugar é necessário observar que, como o próprio nome diz, a mudança é meramente ortográfica, ou seja, concentra-se exclusivamente na grafia, nas letras e na acentuação das palavras, o que significa não haver alterações na pronúncia ou flexão, diferentes entre os países lusófonos. As principais mudanças estão concentradas no fim do trema e das consoantes mudas, nas novas regras para o emprego do hífen, na inclusão das letras w, k e y no alfabeto e nas novas regras de acentuação. Apesar das mudanças, não houve uma alteração significativa se a análise utilizar como base a quantidade de palavras modificadas. Linguistas dos dois países, Antônio Houaiss, pelo Brasil, e João Malaca Casteleiro, português, afirmam que 0,43% das palavras no Brasil e 1,42% das portuguesas sofrem alterações.


Acordo Ortográfico: Prós e Contras


A equipe do Portal EducaRede ouviu dois especialistas, Douglas Tufano, professor de Português e História da Arte, e autor de livros didáticos e paradidáticos nas áreas de Língua Portuguesa e Literatura, e José Luiz Fiorin, Professor Associado do Departamento de Lingüística da FFLCH da Universidade de São Paulo (USP), que defendem posições diferentes em relação ao Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa.

Para Tufano, embora não seja completamente favorável ao Acordo, esse momento é considerado um passo à frente no projeto de unificação ortográfica, mas ainda está longe do pretendido objetivo. "Nesse caso, o Acordo poderia ter sido mais ousado e abrangente". Outra questão levantada por Tufano é a falta de clareza quanto ao uso do Hífen: "o maior dos problemas no Acordo é a confusão que se estabeleceu quanto ao uso do hífen nas locuções. No uso do hífen com os prefixos, as regras são quase todas bem simples, mas ao tratar do uso do hífen nas locuções, como "maria vai com as outras" ou "pé de moleque", o Acordo não é nada claro e a publicação do dicionário da Academia Brasileira de Letras não contribuiu em nada para esclarecer essa questão". Segundo Tufano, a resolução desse problema passa pela elaboração do Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP), considerada uma fonte oficial de consulta e que já deveria estar publicado antes do Acordo entrar em vigor, para evitar confusões.


José Luiz Fiorin, Professor Associado do Departamento de Lingüística da FFLCH da Universidade de São Paulo (USP), concorda que algumas normas são tecnicamente mal formuladas, principalmente nas bases 15 e 16 do Acordo, em relação ao Hífen, que carrega dubiedade no entendimento das regras. A resolução desse problema está na elaboração do "Vocabulário Ortográfico Da Língua Portuguesa", outro ponto de concordância entre os especialistas. Mas, ao contrário de Tufano, José Luiz Fiorin é plenamente a favor do Acordo, principalmente em seu aspecto político, já que unifica a grafia nos países lusófonos e cria uma unidade na Comunidade de Língua Portuguesa. Até então, tínhamos duas grafias oficiais, a utilizada em Portugal, que é a mesma nas ex-colônias africanas e asiática, e a usada no Brasil. Segundo Fiorin, "reafirmar a unidade ortográfica é reafirmar a unidade de base da Língua Portuguesa". O especialista fez questão de salientar a diferença entre grafia e língua: "A língua é viva e muda tanto de país para país, com seus sotaques e gírias, como de geração para geração dentro do mesmo território. A unificação está somente na grafia".



Por fim, Fiorin analisou o impacto do Acordo nas salas de aula: "não interfere em nada a assimilação dos estudantes". O professor aponta três antigos problemas de ortografia nas escolas, e ressalta que nenhum deles foi contemplado no acordo. São eles:

1. Uma letra que representa vários sons. Ex: a letra "X" tem som de "C" na palavra auxílio e som de "Z" em exame;


2. Várias letras representam o mesmo som. Ex. Em beleza, o "Z" tem som de "Z", em exame, o "X" também tem som de "Z", e em casa, o "S" tem a mesma característica, som de "Z";



3. A não correspondência entre a letra e o som. Ex. A palavra "Sol": como a letra "L" tem som de "U", alunos podem escrever "Sou", o mesmo se dá com a palavra "Sal", que pode ser escrita, equivocadamente, "sau".



Para o Professor, uma forma de resolver essa questão está no automatismo da escrita, que vai aos poucos eliminando essas dúvidas. O entrevistado aponta uma forma bastante eficiente para alcançar esse automatismo, que é a memória visual das palavras, ou seja, quanto mais os alunos lerem, menos errarão na escrita. Mais um dado que evidencia a importância do hábito da leitura.


Custo ou investimento?

Segundo estimativa, a reforma ortográfica deverá custar cerca de 30 milhões de reais às editoras brasileiras, que deverão revisar e relançar mais de 25 mil títulos de livros. O Professor Douglas Tufano considera que a "relação custo/benefício é muito pequena e não compensa o gasto financeiro com as reedições". A Câmara Brasileira do Livro, no entanto, acha que esse valor pode vir a ser um bom investimento, já que as mudanças podem aumentar a venda de obras brasileiras em outros países de Língua Portuguesa. Em entrevista à Rede Globo de Televisão, Rosely Bosquini, presidente da Câmara Brasileira do Livro, afirma: "Antes do acordo, sempre precisávamos adaptar os livros e para isso nós dependíamos de editores portugueses ou de outros países de Língua Portuguesa para trabalhar nos textos das obras brasileiras. Com a nova ortografia unificada, o mercado nos países pertencentes ao acordo tende a se abrir para a literatura brasileira". As editoras têm até dezembro de 2012 para revisar todas as obras e disponibilizá-las no mercado, data em que passa a vigorar a obrigatoriedade das novas regras nos exames escolares, vestibulares, concursos públicos e demais meios escritos.


O Acordo Ortográfico e o Internetês

O Acordo Ortográfico, por meio das novas normas, unificou a grafia da língua nos países da Comunidade de Língua Portuguesa. A linguagem utilizada na Internet, chamada popularmente de Internetês, sofre alguma influência a partir das novas regras do Acordo Ortográfico?

Segundo Douglas Tufano, professor de Português e História da Arte, e autor de livros didáticos e paradidáticos nas áreas de Língua Portuguesa e Literatura, o internetês não tem ligação com o acordo, já que se trata de um sistema elaborado pelos próprios internautas, que não estão preocupados com a ortografia oficial, seja ela velha ou nova. "Eles querem apenas praticidade. Por isso, aliás, esse internetês deve se modificar muito ainda com o tempo, na busca dos internautas por mais rapidez e simplicidade", diz Tufano em entrevista ao EducaRede.




José Luiz Fiorin, Professor Associado do Departamento de Lingüística da FFLCH da Universidade de São Paulo (USP), ao falar ao EducaRede diz que a linguagem utilizada na web é uma abreviação, uma forma de trazer praticidade e rapidez à escrita, característica idêntica à uma anotação feita à mão, por exemplo, quando precisamos registrar um grande número de informações em curto espaço de tempo; portanto, não sofre nem exerce nenhuma influência ao Acordo.



Além disso, Fiorin não considera o Internetês como uma degradação da língua, como muito se diz. Ele aponta, inclusive, considerações notáveis no uso dessa linguagem, como a abreviação pelas consoantes: beleza abrevia-se blz, por exemplo. Segundo o especialista, trata-se de uma "análise linguistica intuitiva da grafia", já que, desde os Fenícios, quando surge o alfabeto, somente as consoantes eram marcadas. "É possível ler uma palavra se tivermos somente as consoantes na abreviação, mas é impossível ler a mesma palavra se separarmos somente as vogais", diz.



Histórico: os caminhos da língua

Muitos devem se perguntar o porquê da Língua Portuguesa possuir duas grafias oficiais. Tudo começou em Portugal, em 1911, quando da 1ª Reforma Oficial da Ortografia Portuguesa, que não levou em consideração a República Brasileira, e, desde essa data, a língua tem comportado duas formas de escrita. A partir daí, as duas ortografias percorreram caminhos distintos ao longo dos anos.

Foram muitas as tentivas de unificação da ortografia no século passado. Em 1931 aconteceu o primeiro Acordo Ortográfico entre Brasil e Portugal, que visava suprimir as diferenças, unificar e simplificar a Língua Portuguesa. Contudo, este acordo não foi posto em prática. Em 1943 é redigido o Formulário Ortográfico de 1943, na primeira Convenção Ortográfica entre Brasil e Portugal. Dois anos depois, em 1945, um novo Acordo Ortográfico torna-se lei em todos os países de Língua Portuguesa, com excessão do Brasil, que continuou a regular-se pela ortografia do Vocabulário de 1943.


Uma nova tentativa de unificação aconteceu em 1975 por meio de outro acordo ortográfico, agora elaborado pela Academia Brasileira de Letras e pela Academia das Ciências de Lisboa. Na ocasião, não houve aprovação por motivações políticas entre os países. Uma nova investida, estimulada pelo acadêmico Antonio Houaiss, deu-se em 1986. Segundo Proença Filho, da Academia Brasileira de Letras, desta vez não houve aprovação por reações polêmicas ao acordo, que àquela época pretendia unificar 99,5% do vocabulário.


Por fim, em 1990, em Lisboa, um novo documento foi elaborado e assinado por representantes das nações de Língua Portuguesa, com a finalidade de unificar 98% da grafia do vocabulário. O documento, que regula o Acordo, foi aprovado pelos congressos de Portugal e Cabo Verde. Em 1995, foi aprovado por parlamentares brasileiros. Em 1998, os países assinaram um protocolo modificativo do acordo, alterando a data de vigência. Em 2004, foi assinado um novo protocolo modificativo para a adesão do Timor-Leste às normas, já que o país conquistou sua independência em 2002.

Mais
>> O EducaRede preparou um material com as principais regras do Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa>> Consulte uma cronologia da Língua Portuguesa, elaborada pelo Portal da Língua Portuguesa, vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior de Portugal>> Perguntas frequentes sobre o Acordo Ortográfico respondidas pela Comunidade dos Países de Língua Portuguesa

Fonte:http://www.educarede.org.br/educa/index.cfm?pg=revista_educarede.especiais&id_especial=378

terça-feira, 3 de março de 2009

REFORMA ORTOGRÁFICA

Um dos assuntos mais comentado hoje, é sobre a reforma ortográfica. A internet mostra o seu potencial com diversas ferramentas e alternativas para se atualizar frente as mudanças ocorridas na grafia da língua portuguesa.

O site da Câmara dos Deputados lançou um curso on-line para quem ainda não se adaptou a Reforma Ortográfica. O curso traz recursos como Auto-Avaliação, Saiba Mais, Dicas, Síntese, Referências e Curiosidades.
Vale a pena conferir! Visite o site: http://www.camara.gov.br/internet/reformaortografica/navegacao.html

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Homem e tecnologias: uma conexão contínua

Foto: David Davis/ Dreamstime



Jaciara de Sá Carvalho


No trabalho, na escola, em casa, em muitos lugares e a qualquer momento estamos cercados pelas tecnologias. Elas criam ambientes, que modificam nossa vida psíquica e, assim, nossas mentes e as interfaces destas tecnologias estão ficando cada vez mais híbridas. A tela do computador em que você lê este texto – escrito a partir de uma apresentação de Lucia Santaella -, sua mente e seu corpo se tornam mais íntimos com o passar dos dias. Não sabemos ainda o alcance desta intimidade, mas, de acordo com pesquisadores, ela só tende a crescer.


Essa hibridização foi o tom da conferência de abertura Linguagens líquidas e cibercultura ministrada pela coordenadora do programa de pós-graduação Tecnologias da Inteligência e Design Digital da PUC-SP, Lucia Santaella, no 6º. Encontro de Educação e Tecnologias de Informação e Comunicação (E-TIC 2008), realizado em novembro pela Universidade Estácio de Sá, no Rio de Janeiro.


Nesta conferência, Santaella tratou da evolução das tecnologias de comunicação e da nossa relação com elas. Baseando-se em seu livro Linguagens líquidas na era da mobilidade (Editora Paulus), a professora explicou que as tecnologias comunicacionais fazem circular variadas linguagens, dependentes do meio que as materializam. A linguagem do livro e do cinema, por exemplo, são diferentes: enquanto no livro a palavra e a imagem são estáticas e nem sempre aparecem juntas, no cinema, elas convivem de forma híbrida e aparecem em movimento.


Com o tempo, esta hibridização vai crescendo, de mãos dadas com a hibridização dos processos cognitivos. A primeira destas tecnologias, que ela chama “do reprodutível”, “já tem uma inteligência sensória, extensões de nossa capacidade visual e auditiva, que transforma os nossos sentidos, porque a inteligência não é só racional, ela é misturada, ligada aos sentidos humanos, transformando nossa relação com o mundo”, explica Santaella.


Segundo a pesquisadora, as cinco gerações tecnológicas que aumentam nossa capacidade para a produção de linguagem são seguintes:


1.Tecnologias do reprodutível (eletromecânicas): jornal, fotografia e cinema introduziram o automatismo e a mecanização da vida.


2.Tecnologias da difusão (eletroeletrônicas): rádio e TV deram origem à chamada cultura de massa, onde há um pólo emissor com uma penetração imensa entre os receptores.


3.Tecnologias do disponível: vídeo-cassete, controle remoto, walkman, DVD, TV a cabo, xerox personalizaram a recepção, colocaram disponível a possibilidade de se gravar um programa de TV, ouvir música andando na rua, tirar cópias de apenas uma parte de uma obra, etc.


4.Tecnologias do acesso: modem, mouse, software, mas, principalmente a Internet, que permite, em um clique, o acesso a uma infinidade de informações.


5.Tecnologias da conexão contínua. Telefones celulares e outras tecnologias nômades que independem de cabos e outros recursos para se ter acesso à informação. Cada uma destas gerações tecnológicas não substitui a anterior, pode integrar: o computador não fez o cinema desaparecer, pelo contrário, incorporou aquela linguagem, levando para dentro si os filmes para serem vistos, por exemplo. A nova geração tecnológica também pode diminuir o uso das tecnologias anteriores e seu poder sobre a vida diária e a cognição humana. Mas ela geralmente não extingue a anterior e, assim, cada cultura de uma época nasce da mistura do antigo com o mais recente. Todas as gerações tecnológicas criam impactos sociais, econômicos, culturais e cognitivos, que dependem da natureza e do grau de adesão em cada cultura. “Com o computador, o pensamento é registrado no ritmo da mente e, por isto, transforma a mente”, explica a pesquisadora.


Segundo Santaella, os jovens têm mentes distribuídas, são capazes de ver quatro telas ao mesmo tempo porque possuem uma atenção parcial contínua. “Eles têm outro tipo de mente porque possuem a capacidade de se comunicar por vários canais”, constata. Falando para uma platéia de professores, ela completa: “o mínimo que a gente pode fazer é compreender o que há nesta capacidade (...) nos solidarizarmos, para ver qual participação podemos ter”. Entender, por exemplo, que o jovem é um leitor imersivo, que navega e não grava na mente porque se utiliza de memória temporária. “O jovem vai ligando fragmentos de informação, criando sintaxe hipermidiática. É muito ativo, mas um pouco desmemoriado”, explica Santaella, que em seu livro Navegar no ciberespaço – o perfil cognitivo do leitor imersivo, Editora Paulus, fala dos diferentes tipos de leitores. “De posse dessas informações, o professor pode descobrir como agir em contextos educativos”, conclui.


Não podemos ignorar que nossas mentes estão se tornando híbridas durante o uso destas tecnologias e que nossa cognição tem sofrido alterações. Muitas pesquisas ainda estão sendo desenvolvidas para descobrir o que estas transformações têm provocado. Onde isto vai dar, ainda não sabemos.
11/12/2008

Fonte:
http://www.educarede.org.br/educa/index.cfm?pg=internet_e_cia.informatica_principal&id_inf_escola=769