quarta-feira, 16 de julho de 2008

PROFISSÃO: "MESTRE"

INDISCIPLINA: FALTA DE LIMITE OU PEDIDO DE ATENÇÃO?
Redação

Alguém já disse que para alcançar a mente de um aluno o professor deve alcançar seu coração, pois um aluno só pensa bem quando sente-se bem. Também já comentaram que um pouco de indisciplina, conversa paralela, alunos que dormem ou brigam na sala de aula serão encontrados sempre. Afinal, não é só um adulto que tem problemas, as crianças e os jovens também. A diferença é que, via de regra, o adulto sabe resolvê-los, canaliza sua raiva e frustração, diferente da criança e dos adolescentes que ainda estão formando seu caráter e suas convicções.

O resultado de tanta energia em ebulição, misturada com hormônios, medos e dificuldades, leva os alunos a apresentarem a tal da indisciplina. Para saber o que fazer nessas ocasiões, colocamos uma enquete no site e recebemos muitas respostas interessantes de professores que tiveram de encarar o problema. Selecionamos as dez mais representativas para mostrar a você.

1- Embate de autoridades
Aconteceu numa aula de Sociologia: a professora queria aplicar prova e um aluno queria ficar em pé. Ela pediu que ele sentasse e não obteve sucesso. Começou, então, a conversar com os alunos sobre direitos humanos, democracia, privilégios e prejuízos. A turma se empolgou com a discussão e o aluno, sem perceber, sentou para ouvir o que os outros estavam dizendo. Sônia Fazenda, a professora, conseguiu aplicar a prova e, de quebra, realizar um trabalho sobre respeito com os estudantes.

2- Aquele que quer matar um
A professora Vilma Ventura da Cruz ficou sem ação quando um de seus alunos resolveu matar o colega dentro da sala. Cadeiras voaram, pessoas gritaram e a professora tentou conversar com o aluno. Depois chamou a coordenação e a mãe do garoto. Ele tinha uma arma dentro da mochila e a polícia foi acionada. Todos os envolvidos no acontecimento foram para a delegacia. Dias depois, o rapaz voltou, pediu desculpas e disse que não sabia o que estava fazendo.

3- Miss corredor
Uma das alunas do professor Ivan Brandão pediu para buscar os óculos em outra sala. Quando voltou, o professor notou que ela estava sem óculos e com um pirulito na boca. Teve então a idéia de pedir que a garota pesquisasse a história “O Menino e o Lobo”. Na aula seguinte, a menina havia aprendido uma importante lição: jamais mentir, pois quando estivesse falando a verdade poderia não ser levada a sério. Desculpou-se e não repetiu mais a ação.

4- Tá dominado?
Fernanda Chuffi, jovem professora, assumiu, por uma semana, uma turma que tinha uma “figura” dentro. O menino cantava rap o tempo todo e nenhum professor conseguia levar a aula adiante. Ela não quis discutir nem colocar o estudante para fora; achou melhor desafiá-lo: “Se você é tão bom assim, preste atenção à aula e faça um rap com o que entendeu depois que eu tiver terminado”. O garoto não incomodou mais, todos puderam prestar atenção e Fernanda ganhou um ajudante e tanto!

5- O que discorda sempre e é o único que tem razão
Nas aulas de Filosofia, os alunos de Salatiel Elias de Oliveira aprenderam a questionar. Em seguida, uma aluna tentou implementar o seu jeito de ser na sala e na escola. Tempos depois, o professor descobriu que ela só queria chamar a atenção dos pais. Ele formulou um cartão com palavras amorosas e mandou que os alunos entregassem a uma pessoa especial em um momento especial. A garota resolveu o problema com os pais e o resto da turma aprendeu a demonstrar carinho.

6- Aquele que não te conhece e ainda assim não te quer
Uma assinante nos contou sobre a aluna que demonstrava uma certa animosidade em relação a presença dela e sempre dava respostas malcriadas a qualquer intervenção da professora. Um belo dia, a mestre não agüentou mais e pediu que a garota se aproximasse.

— Eu fiz alguma coisa para você?, perguntou.
— Não, respondeu a menina.
— Então por que você me responde tão mal? A aluna responde:
— Por nada.
Depois dessas quatro frases, os problemas acabaram.


7- Agitadores na sala de aula
Após conversar com a diretora sobre a indisciplina das classes de oitava série, a professora Marta Moreira Mendes sugeriu que fossem ensinadas técnicas de auto-ajuda aos alunos e professores. Depois seria elaborada uma feira de saúde na qual os alunos atuariam junto a comunidade. Rivalidades, indisciplina e falta de afinidade transformaram-se em afeto, companheirismo, auto-estima e integração.

8- Fragilidade embrutecida
Ao chegar na escola onde iria trabalhar, a professora Elizangela Nunes dos Santos foi alertada sobre um aluno "famoso": indisciplinado, questionador e inquieto. Em vez de rotulá-lo e deixá-lo de lado, ela começou a prestar atenção nele e viu que o menino era muito inteligente e agressivo devido ao seu histórico de vida. Elizangela passou a conversar bastante com ele e acalmá-lo. Agora o estudante está bem mais tranqüilo e a sala de aula muito melhor.

9- Matraca
No início da carreira, a professora Lílian Bohrer simplesmente não conseguia coordenar uma turma de crianças. A bagunça era muita e o desafio era transformar toda aquela energia em aprendizagem. Para conquistar o objetivo, ela fez das aulas verdadeiras gincanas. Passava tarefas com objetivos claros que deviam ser apresentadas ao final de cada aula.A competição se transformou em curiosidade e prazer, os vencedores eram premiados e Lílian aprendeu a liderar.

10- Com amor, mas com firmeza
Vários foram os colaboradores que disseram estar o foco da indisciplina na postura do professor e não nos problemas dos alunos. A conversa franca, o limite imposto, a organização pedida e o autocontrole do docente – que não deve nunca demonstrar insegurança e fraqueza diante de seus pupilos – podem fazer a diferença. Outra forma de abordagem muito recomendada pelos participantes de nossa enquete foi a ternura. Enxergar o aluno, perceber suas carências e dificuldades e ajudá-lo a superá-las é um excelente caminho para que suas aulas permaneçam na cabeça das crianças enquanto sua imagem fica guardada no coração delas.

Fonte: http://www.profissaomestre.com.br/

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